União


Há um sentido implícito nessa palavra que me faz querer escrever sobre. Atribuimos a união há diversos dilemas, paradigamas, pensamentos obsoletos e até mesmo. a um poder divino. Acontece que essa união, entre dois corpos e mentes, para mim, está profundamente atrelada a aspectos mentais e fisiológicos que sempre busquei em mim e senti falta no outros. Busco a união em coisas, objetos, sensações e objetifico ela dessa maneira, como um general que estabelece as ordens da relação entredois soldados. Pragmático, incoscistente, maluco das ideias, que enxerga moinhos enormes entre duas palavras, que se expressa vagamente enquanto diz tudo pra si mesmo, murmurando entre o não entendimento e o entendimento completo do que acontece em tempo real e que anseia para poder se entender, antes de entender o porque discutir. Eu conheço meus receios, medos, angústias, mas não conheço a parte de mim mesmo que externaliza essas carcterísticas como majorotárias em uma união. Eu quero sempre mais, eu gosto de silêncios, eu odeio silêncios. Eu amo o contato, e me canso dele. Acho que isso é ser humano.

Quando escrevo, dou vazão a tudo que eu quero dizer quando em tempo real, na face nua e crua de uma discussão acalorada Assim, eu me fecho pra poder recitar todo esse texto pra mim mesmo na esperança que ele possa ser lido um dia, nem que seja por mim mesmo. As palavras não saem, minhas sinapses se desenvolvem em frases curtas e de efeito catastrófico. É claro que isso advém de um longo período em que fui tolhido do poder da fala, do se expressar e do entendimento de minhas palavras -por mais brandas que fossem- por aqueles que me cercavam. Agora, depois de tanto tempo, com uma muralha constrúida de silêncios absolutos e amarguras com cheiro de mofo, fica difícil demais desatar os nós da língua.

Deveria isso, acontecer exatamente como se espera de um desenvolvimento pós-traumático, mas não vou usar deste texto para me escusar de minhas próprias inquietudes morais e sociais. Aqui, deixo claro o quão imperfeito eu sou em relação à mim mesmo e ao outro, ao mesmo passo que, gosto de observar minhas virtudes e repartí-las, como alívio para o espiríto que possivelmente habita dentro de mim. (alguns dos vários, ou mesmo, os fantasmas). Magoar alguém que está intrisicamente envolto no seu cotidiano é um caso raro de não ter tido o tempo necessário para resolver suas próprias questões, antes de tentar solucionar e corresponder o pensamento terceiro. Eu nunca fui bom de briga. Na epóca da escola, eu chorava pra não brigar depois da aula, e chorava também quando precisava brigar. Repudiei tanto a violência fisíca e moral, a ponto de não saber como reagir hoje em dia quando elas acontecem, seja de mim para o outro, ou direcionada a mim. 

É certo que isso é uma forma branda de se blindar da dificuldade, do aprofundamento, da subjetivide das relações, e eu pretendo escrever mais sobre, pois assim como quem me feriu com as palavras um dia, não quero usar essas para provocar o distanciamento.

Quanto a união, ela é um sentimento forte. São palavras soltas e girando por entermédio de dias comuns, a louça na pia, o miado do gato, o segundo banho do dia, repartir uma pizza, tudo vem de um lugar discreto da angústia de ser e estar sozinho ou simplesmente, do encontro pacífico entre dois corpos. Eu nunca quis estar sozinho. Esse é um dos meus maiores medos. Sozinho, eu discuto com as paredes, luto com as moscas da cozinha, durmo extremamente cedo, deixo as verduras apodrecerem e procrastino pedir a pizza.

Como cheguei a esse raciocínio? Não sei, talvez o vivendo na prática. O certo é que, devo unir a mim
mesmo, pra realmente enteder e ressaltar aspectos de uma união carnal, visceral e objetiva.



        De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor ou é amor;
      Se quando encontra obstáculos se altera,
           Ou se vacila ao mínimo temor

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
   Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.

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