Tudo é temporário.

Lendo a descrição deste blog, eu revisitei um velho pensamento que encabeça essa postagem.
"Tudo é temporário".
Provavelmente quando escrevi tal sentença, eu realmente acreditava nessa premissa.
Mas eu acreditava em um "tudo" diferente, o temporário é sempre absoluto.
Hoje consigo enxergar a complexidade do tudo na relatividade de acontecimentos.

Se antes o tudo era matéria, hoje ele se tornou invisível.
Isso não é necessariamente bom, mas me tirou do estado contínuo de ansiedade corporal, do "ter que ser".
Escrevo isso enquanto leio sobre tributos em espécie e planejo milhares de planos, os quais eu já não enxergo como imaturos.
Muita coisa é arrancada de nossas almas pra que nos tornemos um espaço instante, um agora relativizado, um ser pensante, ou, como dizem por aí, um homem (espécie).

Eu vi o mar.
eu finalmente o vi.
e ele me viu
e hoje sou completamente outra pessoa.

O mar se liquefez em meus olhos, no instante em que nos encontramos
e hoje exergo tudo em maresia e azul marinho.
os meus pés querem alcançar muito mais areia
mas assim como as ondas se dissipam
eu relembro o porque eu voltei: tudo é temporário.

A tristeza é temporária
A alegria é temporária
O gozo é temporário
e a paixão também

até o amor
mesmo em tempos de cólera.
o escuro e o claro
o horror.

Mas a saudade do mar, consigo enquadrar no meu tudo relativizado.

O homem que volta ao mesmo rio, nem o rio é o mesmo rio, nem o homem é o mesmo homem

Lança o barco contra o mar 

Venha o vento que houver 

E se Puder 

Voa.