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Um par de meias furada,sejamos verdadeiros,só no pé esquerdo,mas ele roça um contra o outro até a direita abrir um buraco.Gosta de fazer o café observando a paisagem que leva a rua,do alto,pela janela lateral,os passarinhos sempre brincam atordoados no fio do primeiro poste.Sente a brisa gélida da manhã entrar pela porta mas nunca a fecha,gosta da sensação que dá quando o sol vai ficando mais forte e seu corpo esquenta.Quase nunca compra alguma coisa pra comer,toma seis canecas de café até o estomago acreditar que comeu algo e deita de novo,mas nunca dorme,só não gosta de esperar em pé algo acontecer.
Quase nunca algo acontece.Ele imagina ainda deitado,alguém o acompanhando nessa boba e simplória rotina de quase todo dia.Odeia rotinas.
O frio de um corpo no corpo frio dele;Um outro par de meias,talvez sem nenhum buraco,ele não se importaria.
Mas só de vez,assim,em quando,ele deita.Quase nunca pensa,faz muito café,já se acostumou.Releva.

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Ad astra.