A outra voz
- Por trás da palma da mão contra o peito, por trás do pano da camisa, entre massas de carne entremeadas de músculos, nervos, gorduras, veias, ossos, o coração batia disparado. Você vai me
abandonar - repetiu sem som, a boca movendo-se muito perto do fone - e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no prato.
- Hein?
- Nada. Não disse nada.
Realmente,você percebe que chegou no fundo do poço,quando se entrega a Caio F. Abreu.Isso se encaixou perfeitamente na merda que anda acontecendo aqui comigo.Essa coisa de perder e superar não é pra mim.Digo,você pensa que superou,que sabe viver sem,mas quando nota que perdeu de verdade,se desespera e mesmo que não ame mais,sente revolta,sente como se precisasse desesperadamente de novo.Isso é um sentimento humano muito comum,chamado ganância.Na verdade,no meu caso eu não sei de verdade,acho que ainda prevalece algo mais honesto,mas bonito,algo do que foi um dia.Não arrisco a dizer amor,tenho medo do amor.
Morro de medo do amor clichê,sabe,aquele que te deixa um idiota sedentario ? Aquele que você nunca assume que vive ?
Devo ser meio egoista mesmo.
O fato é que sempre que me perco assim,gosto de ler suas coisas.Até hoje não li tudo,eu guardo.Hoje varias coisas suas me ajudaram,mas,como o texto disse,você ja deve ter perdido qualquer interesse em mim,sei lá se um dia algum ja existiu,mas se tiver existido,se foi.
Você deve ter percebido o idiota que se refugia em imensos copos de leite com achocolatado quando triste.O idiota que sente as coisas milimetricamente identicas as que você sente,mas simplesmente não consegue demonstrar como você demonstra.
Queria ser um pouco egoísta com você um dia.Mentalizei isso desde o dia que vi sua foto.
É minha maneira de dizer que amo,mas se eu dissesse,pareceria no minímo doentio.
Enfim,você nem li isso aqui mais.
Agora vou encerrar o texto,me desgasta muito tentar parecer com você nos posts.
Ps :Não quis ser explicito dessa vez,mas só pra você saber que se trata mesmo de você,deixo uma dica :
abandonar - repetiu sem som, a boca movendo-se muito perto do fone - e eu nada posso fazer para impedir. Você é meu único laço, cordão umbilical, ponte entre o aqui de dentro e o lá de fora. Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no prato.
- Hein?
- Nada. Não disse nada.
Realmente,você percebe que chegou no fundo do poço,quando se entrega a Caio F. Abreu.Isso se encaixou perfeitamente na merda que anda acontecendo aqui comigo.Essa coisa de perder e superar não é pra mim.Digo,você pensa que superou,que sabe viver sem,mas quando nota que perdeu de verdade,se desespera e mesmo que não ame mais,sente revolta,sente como se precisasse desesperadamente de novo.Isso é um sentimento humano muito comum,chamado ganância.Na verdade,no meu caso eu não sei de verdade,acho que ainda prevalece algo mais honesto,mas bonito,algo do que foi um dia.Não arrisco a dizer amor,tenho medo do amor.
Morro de medo do amor clichê,sabe,aquele que te deixa um idiota sedentario ? Aquele que você nunca assume que vive ?
Devo ser meio egoista mesmo.
O fato é que sempre que me perco assim,gosto de ler suas coisas.Até hoje não li tudo,eu guardo.Hoje varias coisas suas me ajudaram,mas,como o texto disse,você ja deve ter perdido qualquer interesse em mim,sei lá se um dia algum ja existiu,mas se tiver existido,se foi.
Você deve ter percebido o idiota que se refugia em imensos copos de leite com achocolatado quando triste.O idiota que sente as coisas milimetricamente identicas as que você sente,mas simplesmente não consegue demonstrar como você demonstra.
Queria ser um pouco egoísta com você um dia.Mentalizei isso desde o dia que vi sua foto.
É minha maneira de dizer que amo,mas se eu dissesse,pareceria no minímo doentio.
Enfim,você nem li isso aqui mais.
Agora vou encerrar o texto,me desgasta muito tentar parecer com você nos posts.
Ps :Não quis ser explicito dessa vez,mas só pra você saber que se trata mesmo de você,deixo uma dica :
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