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Mostrando postagens de maio, 2022

Condomínio da Braskem

Quando cheguei por aqui, tinha por hábito o ato de preparar chás pela madrugada. De todos os tipos: desde os comuns de limão e gengibre, até os mais elaborados com leite e espuma. Fazia pra agradar e também pra me agarrar a quem eu era antes daqui, seguindo tradições lúdicas maternas. São exatamente 03:56 da manhã de uma segunda-feira. Perdi o sono e depois de incontáveis pesadelos que iam desde ser perseguido por um vampiro ossudo, até um atropelo cinematográfico em camêra lenta com aqueles irmãos de matrix revolutions me dizendo que eu era um bostinha e deveriam me matar porque eu estava poluindo o ambiente com discursos socialistas de que já não me lembro, mas agora não fazem sentido.  Calma, calma, relaxa o corpo o espírito e a alma Também quero homeostase Econômica e ambiental Também quero estabilidade Financeira e emocional O Edgar cantou isso, seguido de um conselho, quase uma ordem ou um mantra: "quebra o zuelejo e deixa a terra entrar". Não Posso quebrar nenhum azuel

A REALIZAÇÃO É UMA FARSA

Há algum tempo atrás, não muito tempo, agitado pelo carnaval e pelas coisas novas da vida, escrevi as seguintes linhas:  De alguma maneira, vocês cresceram pra que se tornassem todos apenas um. com apenas um coração frio e de rotação acelerada. como as pistas duplas que cortam seus caminhos. Talvez sejam todos apenas meninos assustados que não têm tempo para viver o susto. Era um texto inteiro sobre um transa de carnaval, mas existencialista e totalmente juvenil. Na época, considerava todos por aqui frios e agitados. Quase sempre em terapias intermináveis e atrasados pro trabalho, sem ter dinheiro pro fim de semana e combinando rolês no plano central da cidade mesmo assim. Ao mesmo tempo que minha autossuficiência e audácia juvenil julgava atos alheios, conseguia observar um padrão que viria a se repetir em mim. Hoje sou o menino assustado, sem tempo pro susto, pro rolê, pro plano, pra vida. Meu coração, em contrapartida, nada acelerado. Há tempos, obscuro e cheio de incertezas. A tera