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Quando eu canto o seu coração se abala Pois eu sou porta-voz da incoerência Desprezando seu gesto de clemência Sei que meu pensamento lhe atrapalha Cego o sol seu cavalo de batalha E faço a lua brilhar no meio-dia Tempestade eu transformo em calmaria E dou um beijo no fio da navalha Pra dançar e cair nas suas malhas Gargalhando e sorrindo de agonia Se acaso eu chorar não se espante O meu riso e o meu choro não têm planos Eu canto a dor, o amor, o desengano E a tristeza infinita dos amantes Don Quixote liberto de Cervantes Descobri que os moinhos são reais Entre feras, corujas e chacais Viro pedra no meio do caminho Viro rosa, vereda de espinhos Incendeio esses tempos glaciais Eu sou como o vento que varre a cidade Você me conhece e não pode me ver Presente de grego, cavalo de Tróia Sou cobra jibóia, Saci Pererê Um anjo de fogo endemoniado Que vai ao cinema, comete pecado Que bebe cerveja e cospe no chão Um anjo caolho que olhou os dois lados Dormiu no prese